1. Acabei de ver a Costa Rica passar aos quartos e pela primeira vez nutri uma certa simpatia pela Grécia. Esta seleção de Fernando Santos não é apenas sangue, suor e lágrimas. Tem ali muito talento escondido. E por ventura se pudesse voltar ao onze da fase de grupos, escolheria o defesa-esquerdo Cholebas, uma jogador de grande qualidade. E depois há o extremo-direito Christodoulopoulos. E o velhinho Karagounis, talvez o jogador grego mais decisivo dos últimos dez anos. O jogo acabou por ter apenas um sentido depois da expulsão do defesa da Costa Rica e foi curioso ver uma Grécia a ter de pegar no jogo e fazer-se à vida. E fê-lo bastante bem, sufocando os costa-riquenhos, cujo guarda-redes é, na realidade, um dos melhores deste torneio. Se já não for do FC Porto, a partir de hoje não será, digo eu.
2. À tarde, foi a Holanda quem passou frente a um México que não soube gerir a condição física dos seus jogadores, o que não deixa de ser irónico tendo em conta tudo o que se tem dito sobre as condições atmosféricas neste mundial e da forma como prejudicam as seleções europeias, supostamente menos bem preparadas. Quando se exigia, por exemplo, que Herrera fosse substituido – estava esgotado – o treinador mexicano preferiu mantê-lo em campo e oferecer o domínio de jogo ao rolo compressor holandês, comandado por esse rapaz intratável de nome Arjen Robben. Por acaso, acho que sacou bem aquele penalti e o Proença foi no filme, mas já era da mais elementar justiça a qualificação da laranja.
3. Ontem, Brasil e Chile foram até às grandes penalidades, e, mais uma vez, na minha opinião, passou a melhor equipa, com os melhores e mais bem preparados jogadores. Acho que este Brasil está a subir de produção gradualmente a apresenta uma intensidade de jogo pouco habitual para uma equipa sul-americana. A rotação é muito alta. o que não é de estranhar tendo em conta que quase todos os seus jogadores estão habituados ao ritmo europeu. O Chile foi até onde conseguiu ir e a barra de Júlio César deixou.
4. E finalmente a Colômbia, que é um prazer ver jogar e se vai assumindo como uma das candidatas ao título mundial. E nunca um jogo do mundial disse tanto aos adeptos portugueses como este Colômbia-Uruguai: acho que eram oito os jogadores que passaram ou ainda jogam em Portugal. James é o homem do mundial, para já, e enche-me de satisfação saber que já vestiu de azul e branco. Agora, o que eu gostaria mesmo era de ver o Jackson a ser o melhor marcador do Mundial e o Quintero a afirmar-se como alternativa muito séria ao próprio James. Esses sim, são jogadores do FC Porto!