O paladino da verdade

Não vi a entrevista de Vieira à Judite, mas sei que ele quer que a “judite”, a outra, vá ao FCP. Esta é a ideia que todos os jornais destacam da presença de ontem na TV daquele que foi apanhado a escolher um árbitro, nas escutas, para a Taça de Portugal, mas que nunca foi constituído arguido por isso. Aliás, acho que isso nunca lhe irá acontecer, nem que o tecto lhe caia em cima. Confirma-se a ideia de que a melhor defesa é o ataque, e então vai de deixar “desafios” e “propostas” à Judite (a esta e à outra): que se investiguem os dois primeiros classificados do campeonato, o que o ganhou e o que ficou a 21 pontos. Este homem é imune a tudo, nada é com ele, tudo o que de mal acontece no futebol apenas tem a ver com os outros. Primeiro, a investigação não era sobre Roberto, apenas sobre Júlio César, e nada tinha a ver com o Benfica. Agora, já se sabe que afinal a situação de Roberto também tem vindo a ser investigada. O que me dá algum gozo ver é a indignação que esta gente mostra – incluo aqui os comentadores benfiquistas das TVs – pela suspeição levantada, pela calúnia, dizem eles, pela forma fácil como a comunicação social publica “mentiras”. Ah, como tudo isto me soa familiar. Quanto à questão de Jesus e as alegadas comissões, ainda está para se saber quem estará por detrás disto tudo e com que reais intenções… E o que que me vou rir no final!
PS – Gostei da parte em que LFV chamou “Fernando Viagra” a Fernando Seara”. A Judite também deve ter gostado. Vejam aqui: minuto 6:10.
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São pedras, senhor, são pedras

Antes de mais quero dizer que a emboscada, o ataque, a esperinha, a cilada, a investida bárbara de que foi alvo o autocarro do segundo-classificado-a-13 pontos foi um acto cobarde e é preciso identificar e levar à justiça os perpetradores desse acto condenável. Desde já estão ilibados os adeptos do FC Porto uma vez que não há notícias de bolas de golfe envolvidas do ataque. Pedras não é o nosso modus operandi. Há quem assegure que os responsáveis são os próprios adeptos do Benfica, furiosos com o maneira como Jorge Jesus geriu o campeonato, de modo a assistir, em pleno Estádio da Luz, à consagração do novo campeão. Também não acho. Não estou a ver os benfiquistas a recorrer ao calhau. Eles é mais artefactos piroténicos e bastões.
A coisa aconteceu, pelo que já li, no único viaduto que não estava controlado pela GNR, o que levanta desde já a suspeita sobre o envolvimento de André Villas-Boas no caso (isto se ele tiver um primo que é GNR em Paços de Ferreira), avisando os malfeitores de que aquele biaduto estava libre.
As primeiras notícias deram conta de ferimentos de Luis Filipe Vieira numa mão, provocados pelos estilhaços, tendo sido assistido prontamente pela equipa médica do clube. É sempre bom ter médicos à mão quando nos acontece alguma coisa. Rui Gomes da Silva não teve tanta sorte naquele ataque que o desfigurou por completo (ou ele é mesmo assim?).
Voltando a LFV, as imagens dos danos no carro não mostram quaisquer estilhaços, uma vez que o vidro, apesar de danificado, não se partiu em bocadinhos. A confusão foi ainda maior quando se noticiou que o alvo era o autocarro do Benfica, mas depois já era o presidente do clube, mas depois já as pedras tinham batido no tejadilho do autocarro e resvalado para o carro onde ia o presidente. É bem feito. Se não tivesse transgredido o código da estrada, teria guardado a distância de segurança para o veículo da frente e passaria por cima das pedras. Que não se repita para a próxima.

Ridículo e caricato

Luís Filipe Vieira aprendeu recentemente o significado de mais duas palavras para juntar às 567 que compõem o seu léxico. Falo das palavras “ridículo” e “caricato”, que logo tratou de colocar em prática para se referir ao nosso treinador. No entanto, é precisamente o seu treinador, Jorge Jesus, quem lhe tem dado mais razões para utilizar em contexto esses vocábulos. Porque “ridículo e caricato” é dizer que no ano passado houve apenas duas equipas na Europa: o Barcelona e o Benfica. Porque “ridículo e caricato” é dizer que “ganhar em Lyon será normal”, para depois levar uma “não-goleada-graças-a-Roberto“. Porque “ridículo e caricato” é dizer que ninguém joga na Europa com a qualidade defensiva com que joga o Benfica. Porque “ridículo e caricato” é dizer que prefere perder por poucos em Lyon porque isso é importante para o apuramento.
PS – Já agora, ouvi ontem na Antena 1 o sr. Joaquim Rita, na antevisão do jogo, dizer do alto da sua fanfarronice vermelhusca que, enste grupo, o Benfica apenas tem de se preocupar com uma coisa: saber se vai ser 1º ou 2º. Como é que se diz, nestes casos, sr. Luis Filipe Vieira?

Pagava para ver

A sério. Pagava para ver o autocarro do segundo classificado dar meia volta e regressar à base caso fosse apedrejado no caminho para o Dragão. Segundo os jornais de hoje, a tal “ameaça” de Vieira é precisamente esta. O que eu gostava de ver. Até sou capaz de ir lá e atirar-lhes com uma chicla para ver o que acontece. Atenção, não estou a incitar à violência, até acho que esse tipo de comportamento é precisamente dar-lhes argumentos para terem razão. Mas, repito, pagava para ver o que aconteceria depois de faltarem por comparência. E não é que estes gajos têm mesmo a mania que o futebol português depende deles?

Obrigado, LFV!

Nunca pensei utilizar as páginas virtuais do Pobo do Norte para fazer o que vou fazer, mas cá vai. Obrigado, Luís Filipe Vieira, presidente do clube do bairro do Alto dos Moínhos. E porquê? Porque a manchete de A Bola de hoje é composta por uma frase que é toda ela um elogio do FC Porto dos últimos 30 anos. Nunca pensei ver assim reconhecido, finalmente, o valor das nossas vitórias. “Verdadeiros campeões não ganham só uma vez”. Obrigado pelo reconhecimento!