Carácter versus conversa da treta

Estou a ver o FCP catalão a dar um banho de bola aos vaidosos da capital espanhola. Lá como cá, o trabalho sério vence a prosápia, o empenho discreto bate a chuva de estrelas. Lamento pelo Mourinho, pelo Pepe e pelo Ricardo Carvalho, mas há coisas que dinheiro algum pode comprar. E, claro, para o paralelo ser perfeito, foram 5 secos… mas poderiam ter sido mais.

J. Sousa – o homem que quis animar o campeonato

É preciso assumir que o Porto fez a pior primeira parte desde o jogo com a Naval. Sim, teve uma oportunidade clamorosa de marcar logo no início mas pouco mais. Porém, jogou de forma mole e deixou-se empurrar para trás por um Sporting muito entusiasmado mas que não criou grandes oportunidades de golo. Mas quem desiquilibrou o jogo foi o senhor de preto – o golo do Sporting foi marcado em claro fora de jogo e, julgo eu, com a agravante de existir uma mãozinha marota.
Na segunda parte colocamos em campo algum brio e o resultado surgiu quase de imediato. O golo de Falcao foi a consequência lógica de um domínio crescente e não uma mera casualidade como o treinador adversário tentou fazer crer. Depois disso tivemos mais equilíbrio. O Porto parecia satisfeito e o Sporting incapaz de fazer melhor.
E surge então o Sr. Jorge Sousa: Maicon tenta fintar Liedson num local proibido, o avançado do SCP ganhou o lance e caiu. E sem ter cometido nenhuma infracção, o nosso central foi expulso. Expulsão que entretanto ficou por fazer na sequência de uma agressão do Maniche ao Moutinho.
Até ao final assistimos a um recuo global da nossa equipa e a uma tentativa desesperada de aproveitamento da superioridade numérica. Foi fraquinho mas salvou-se o essencial – o resultado.
Durante a tarde li no Expresso que a Liga seguia “triste”. Parece-me que existe quem queira animá-la à força. Mesmo que o árbitro tenha decidido começar a dar amarelos aos jogadores do Sporting depois da expulsão do Maicon, talvez para disfarçar todos os favores que foi fazendo nos primeiros 70 minutos.

Fatalidades de comentadores de camisola vestida

Cerca de 75 minutos do jogo Hapoel-Benfica e os israelitas ganham um canto. O comentador de serviço na SportTV, Carlos Manuel, ex-glória vermelhusca, diz que “o Hapoel já só coloca 4 homens na área”, depois de dizer variadas vezes que o SLB estava “por cima” e que tinha condições para dar a volta ao 1-0 que então se registava. E pumba, nem uma mão cheia de mancos israelitas para incomodar os 9 benfiquistas que defendiam o pontapé de canto foi suficiente para fazer o 2-0… Vá lá, não fiquem em último lugar do grupo porque queremos ter outra oportunidade de vos enfardar no Dragão.

Actualização: ainda foram a tempo de levar o terceiro…. Acho que foi de propósito, só para tentar desvalorizar o 5-0 do Dragão.

Prémio "Engraçado, nós também"

“Teremos sempre esperança. Vamos encarar jogo a jogo e aguardar para ver o que acontece.”
Roberto, 17.11.10

Engraçado, Roberto, nós encaramos cada jogo teu com a mesma motivação: esperança que voltes a armar barraca, aguardando serenamente para ver o que acontece quando estás entre os postes (ou fora deles, como no golo do Varela).

Hulk não chegou à perfeição

O jornal A Bola apenas atribuiu a nota 10 a um jogador até hoje. Foi a João Pinto, nos 6-3 de Alvalade. Nunca mais um jogador teve direito à nota máxima. Após o FC Porto-terceiro classificado de domingo, lembrei-me que Hulk poderia ser, finalmente, o segundo jogador na história do jornal a ser pontuado com nota 10. Com dois golos marcados, uma assistência e uma exibição na globalidade elogiada pelo adversário (como factor maior para a goleada), Hulk mereceria, na minha opinião, essa nota. Até pelo facto de ter conseguido tudo isto num jogo contra o principal rival (factor, na altura, invocado para a justificação do 10 de JVP). Mas não, o jornal oficioso do terceiro classificado pontuou Hulk com 9. Não é que seja de grande importância este facto. Mas fica registado.