Hulk não chegou à perfeição

O jornal A Bola apenas atribuiu a nota 10 a um jogador até hoje. Foi a João Pinto, nos 6-3 de Alvalade. Nunca mais um jogador teve direito à nota máxima. Após o FC Porto-terceiro classificado de domingo, lembrei-me que Hulk poderia ser, finalmente, o segundo jogador na história do jornal a ser pontuado com nota 10. Com dois golos marcados, uma assistência e uma exibição na globalidade elogiada pelo adversário (como factor maior para a goleada), Hulk mereceria, na minha opinião, essa nota. Até pelo facto de ter conseguido tudo isto num jogo contra o principal rival (factor, na altura, invocado para a justificação do 10 de JVP). Mas não, o jornal oficioso do terceiro classificado pontuou Hulk com 9. Não é que seja de grande importância este facto. Mas fica registado.

Só se perderam as que caíram no chão

Perante isto, fica provado que tudo o que se passou naquele túnel foi, para mim, orquestrado para obter um determinado resultado: punições aos jogadores do FC Porto e apenas uma multinha ao clube do bairro do Alto dos Moínhos. O modus operandi já tem tradição, e se, no ano passado, ocorresse algo como o que aconteceu este ano, talvez não tivéssemos conseguido o tetra. Porque os objectivo deles era o mesmo: privar-nos do máximo de jogadores possível, de preferência dos melhores.

Termino com uma palavra para Sapunaru e Hulk: obrigado por defenderem o vosso clube. Eu no vosso lugar faria o mesmo. Os adeptos portistas estão convosco. Só se perderam as que caíram no chão!

O caso de Hulk e Sapunaru

Hulk e Sapunaru correm o risco de não jogar mais esta época (ou até mais…) pelas já noticiadas agressões a seguranças no túnel da Luz. Do ponto de vista desportivo, se o romeno não é grande perda, já a ausência do brasileiro, não sendo dramática, é preocupante.

Sabemos que o jogador profissional de futebol deve saber ignorar todo o tipo de provocações e insultos de que é alvo, dentro e fora do campo. A maioria consegue e são os Cantonas deste mundo que nos vêm lembrar que um homem não é de ferro. Mas também devem ser criadas as condições ao jogador para que ele consiga ser “imune” a tudo isso.

No túnel da Luz aconteceu precisamente o contrário. Foram lá colocadas determinadas pessoas, com um determinado objectivo, para obterem um determinado resultado. Como ninguém acredita que dois jogadores de futebol desatem a agredir seguranças, num túnel, apenas por desporto, é absolutamente necessário saber:

1. o que faziam aqueles elementos no túnel, quando não tinham, à luz dos regulamentos, autorização para ali estarem.
2. o que disseram ou fizeram aos jogadores em causa que os levou a perderem a cabeça.

O facto de Hulk estar envolvido não espanta. Se a coisa foi premeditada, como acredito, o alvo só podia ser o nosso jogador mais imprevisível, mais decisivo, mas, ao mesmo tempo, aquele que por vezes se mostra mais frágil do ponto de vista psicológico.

Este caso confirma o túnel como uma nova arma na guerra em que o nosso futebol se tornou. E um clube parece estar a dar-se muito bem na forma como a utiliza.