Há alguns minutos ouvi Mourinho dizer: “Este é daqueles jogos que tanto pode dar 4 ou 5 a zero como… 1-1 no final”. Falava ele do jogo de Alvalade, mas podia muito bem estar a referir-se ao nosso jogo na Ucrânia. Podíamos ter dado 3 ou 4 e acabámos empatados. Fomos muito superiores ao Shakhtar, e seria de uma tremenda injustiça sairmos de lá com uma derrota. E empate, por si só, já é injusto face à forma como dominámos o adversário, fomos criando várias oportunidades, entre as quais um penalti, que falhámos.
E tenho mesmo pena que o erro que originou o primeiro golo tenha vindo de um dos imprescindíveis desta equipa, Oliver. É uma delícia ver este jogador a correr o campo todo, a pôr a bola redondinha para os colegas. Este lance vai fazê-lo crescer e estou certo que nunca mais voltará a fazer uma coisa daquelas. Normalmente joga simples, mas, por vezes, gosta de mais um rodopio, mais uma voltinha, que normalmente lhe saem bem, mas que foi fatal hoje.
Este jogo vem aconselhar Lopetegui a começar a estabilizar a equipa. É certo que tem à sua disposição um plantel de qualidade, é verdade que qualquer um destes jogadores é potencial titular, mas o treinador tem de dar continuidade a uma base. Por outras palavras, Lopetegui não pode encostar Quaresma durante alguns jogos e depois dar-lhe a titularidade em Alvalade, da mesma forma que não pode fazer de Ruben Neves imprescindível em vários jogos, aproveitando-o ora a 6 ora a 8, e depois, quando a posição 6 está vaga, face à lesão de Casemiro, deixá-lo de fora. Nenhum jogador encontra estabilidade e constrói a confiança no seu jogo desta forma. E nem estou a pôr em causa a qualidade de um Marcano, que me parece uma agradável surpresa, nem a exigir a titularidade do Quaresma (não devia era ter jogado em Alvalade).
Em relação a Tello, um dos jogadores que mais opiniões divergentes tem originado entre os portistas, é um daqueles homens que tem de jogar sempre. É um desequilibrador, pela sua velocidade, e só precisa de acertar tempos de passe e de remate. E isso ganha-se jogando muito, jogando sempre. Estou certo que a tal base tem de passar por ele, por Oliver, Brahimi e Jackson. À volta deles, a equipa vai crescer, como já se está a ver em casos como Danilo, Quintero ou Herrera. Estou otimista.