Nomes na berra

Artur
O guarda-redes do segundo classificado cuspiu no prato que lhe deu de comer no ano passado ao dizer que acontecem coisas estranhas nos jogos do seu atual clube em Braga. Pôs em causa o seu anterior clube, e por extensão os seus antigos colegas, que se sentem revoltados com aquelas declarações. Imagine-se agora o Nuno Gomes vir dizer que, na última época em que foram campeões, aconteciam coisas estranhas no balneário da equipa (porque, nos túneis, toda a gente sabe que sim).
Falcao
O Atlético Madrid apenas ganhou 3 dos 11 jogos que já disputou e fala-se, mais uma vez, em crise. Crise tem sido a palavra de ordem naquele clube nos últimos… 20 anos? Tenho a certeza de que Radamel Falcao sabia disso quando assinou por eles, e tenho a certeza que calculou bem o risco de não ganhar nada de jeito naquele clube. Ainda assim, aposto que, se lhe dessem a escolher, ele preferiria ir para lá, ficar a meio da tabela, arriscar-se a ouvir os assobios dos adeptos cochoneros, a permanecer em Portugal, ser provavelmente campeão e a ser tratado com honras de herói. Decididamente, no futebol outro$ valore$ mais altos se alevantam, como dizia o poeta.
Bosingwa
O selecionador e Bosingwa estão incompatibilizados. Diz o defesa português que Paulo Bento é um treinador conflituoso, e assim de repente somos capazes de citar quatro ou cinco casos disciplinares que teve quando treinava o Sporting. Mas todos nós, portistas, sabemos quem é o Bosingwa e do que aquela cabeça é capaz (ainda me lembro duma reação dele no Dragão, de azul-e-branco vestido, pontapeando a bola contra os adeptos junto à linha lateral…). Por isso, eu acho que estão bem um para o outro. A seleção é que se lixa, com esse projeto de jogador chamado João Pereira.
Mangala
Parece que toda a gente decidiu malhar no Mangala. Eu por acaso gosto que os defesas centrais do FC Porto comecem mal, com erros, fífias, exibições inseguras. É bom sinal. Alguém se lembra de como começaram Aloísio, Ricardo Carvalho, Pepe ou Bruno Alves, por exemplo?

Gracias por todo, Radamel

Tudo faz sentido. O rumor de que o Atlético poderia ser o destino de Falcao. O silêncio do jogador em relação ao assunto, intercalado por tweets inócuos. O regresso da Copa America e a não titularidade. As declarações “inesperadas” no final do jogo em Guimarães. A recepção de uma proposta para análise. A aceitação da proposta. Tudo muito natural. Um processo que eu acredito piamente estar a ser delineado por todas as partes já há algum tempo. Por isso recuso-me a ver em Falcao um traidor, ou alguém que desmereça qualquer consideração. Nada disso. Falcao é já, a par de Gomes e Jardel, um dos maiores pontas-de-lança do FC Porto que este país viu. E houve um clube que pagou 40 milhões por ele. Esse clube, pouco me interessa, ainda que eu ache que Falcao merecia melhor. Obrigado por tudo. Venha o próximo, que o nosso destino é ganhar.

Falcao Viagens – Próximo destino: DUBLIN

Perdi as finais europeias de 2003 e 2004 e, na altura, jurei que haveria de ir à próxima. Porque teria de haver uma próxima. Ainda faltam 90 minutos, mas aqui está ela ao virar de um “intervalo” em que estamos a ganhar por 5-1. O Nilmar disse no fim do jogo do Dragão que tudo é possível em futebol, mas eu não acredito que possamos sequer perder o jogo no El Madrigal, por muito boa equipa que o Villarreal seja, sem dúvida a melhor que defrontámos esta época.
Na primeira parte, não jogámos mal, como alguma comunicação social pareceu querer dizer. É correcto dizer que o Villarreal criou mais oportunidades do que nós, e nesse sentido não estou de acordo com o nosso treinador, mas nós também chegámos à área adversária com perigo. O problema é que houve nervosismo a mais e discernimento a menos em alguns dos nossos jogadores, o que desequilibrou a equipa. Fernando, Álvaro Pereira e Guarín foram exemplo disso nos primeiros 45 minutos.
Na segunda parte, todos vimos o que aconteceu. Caímos autenticamente em cima do adversário, não o deixámos respirar e fomos altamente eficazes. Viveu-se no Dragão um ambiente fenomenal, uma energia positiva que tem pontuado esta caminhada que todos queremos que culmine com o erguer da taça, em Dublino, pelas mãos de Helton.
PS – Não falei em Falcao neste texto. Palavras para quê?

E nós temos uma equipa

O jogo de hoje trouxe-me a ideia de que estamos a construir uma equipa de grande qualidade que, sem estar ainda a carburar em pleno, ganha com uma naturalidade e uma simplicidade que me deixa muito optimista para esta época. Um dos indicadores do que acabo de escrever é tão só o facto de hoje terem saído do banco nomes como Ruben Micael, Souza e Fucile. O primeiro é um desenhador a régua e esquadro. A bola nos seus pés sai sempre com intenção, beleza e precisão. Quem se pode dar ao luxo de ter um jogador deste calibre no banco? De Souza, começa a perceber-se que é muito mais do que um mero trinco. O à-vontade com que joga, ainda com pouco tempo de clube, é a prova de que a qualidade está lá, apenas tem de evoluir no sentido de querer ter mais a bola nos pés e arriscar com ela. Quanto a Fucile, é dele, naturalmente, o lugar de defesa-direito, pese embora as boas prestações de Sapunaru nesste início de época. Mas Fucile… é Fucile, e estando a 100%, fisica e psicologicamente, é o melhor lateral-direito a jogar em Portugal.
Quando temos estes três jogadores no banco, e ainda outros como “Cebola” Rodríguez ou Guarín, percebemos que o plantel, este ano, é mais fiável do que o do ano passado. Villa Boas pode bem fazer a gestão rotativa do mesmo sem grandes variações no desempenho. Pelo menos é a minha ideia neste momento.
Hoje, elejo como os melhores em campo o trio Álvaro Pereira, Bellushi e Falcao. o primeiro porque é o nosso melhor extremo-esquerdo. O segundo porque traz aquilo que não tínhamos há muito tempo: um marcador de livres directos fiável e constante. O terceiro porque marcou dois golos e falhou outros dois. Sim, porque até nos falhanços Falcao é um espectáculo.
Uma palavra para Ukra, um jogador que por certo cumpria hoje um sonho de criança: jogar no Estádio do Dragão com a camisola do FC Porto. Nao foi a estreia que ele por certo esperava, mas eu acredito que aquele estádio ainda o vai ovacionar muitas vezes de pé. Não faltarão oportunidades, Ukra!
PS – A noite encerrou com uma óptima notícia. O Benfica não vai emprestar Roberto, ao contrário do que avançou a TSF durante a tarde. O jornal A Bola adianta, no entanto, que o “8 milhões” perderá a titularidade. Pobo do Norte soube de fonte ligada ao processo que Mantorras ter-se-á oferecido para jogar à baliza.

Acreditar ou não acreditar: eis a questão

No dia seguinte a o sítio oficial do FC Porto ter revelado que o jornalismo de A Bola é bonzinho para o SLB (por falar em Bonzinho, lembram-se disto?), foi a vez de constatarmos que os árbitros insistem em serem mauzinhos para nós, impedindo-nos de, por exemplo, marcar golos.

Ontem, mais uma fez, cortaram as asas ao Falcao num fora-de-jogo muito mal tirado e que daria, por certo, uma história muito diferente àquele jogo. Ainda assim, o colombiano foi capaz de voar para o golo do empate e mostrar, mais uma vez, que golos difíceis é com ele. Bolas fáceis, não dá pica.

Independentemente do erro decisivo da arbitragem, o FC Porto não jogou grande coisa. A segunda parte, então, foi confrangedora, sabendo-se que precisávamos de ganhar. Foi preciso um golo do Paços para nos atirarmos definitivamente para cima deles. Aliás, situação já vista noutros jogos. Parece que precisamos de um golo do adversário para começarmos a jogar. O segredo, digo eu, é deixá-los marcar cedo no jogo, para nos dar tempo de recuperar.

Este empate, se os nossos directos adversários ganharem, tornará muito difícil o penta. Seis pontos para duas equipas é muita coisa ainda para mais sabendo que, a jogar assim, vamos de certeza perder mais pontos. E na segunda volta não devíamos perder nenhum.

A notícia da contratação de Rúben Micael – obrigado, Sr. Presidente – tem o timing perfeito do ponto de vista da SAD, mas não faz esquecer o momento mau que atravessamos. Ainda assim, espero que o médio criativo do Nacional venha fazer aquilo que Lucho não pôde em Janeiro de 2005 quando o FC Porto não conseguiu trazê-lo no mercado de Inverno: lançar-nos na direcção do pentacampeonato. Eu acredito!