Month: Março 2012
Jornalismo da treta
Passos atrás
Cuspidela de olhos abertos
Ora aqui está um motivo de reportagem para A Bola explorar: o dia em que Aimar, o jogador que joga à base da técnica e, por isso, nunca devia ser expulso, cuspiu em Capdevilla, o jogador que joga… quer dizer, não joga. Vídeo: aqui.
Bloqueio é no basquete: SLB usa obstrução
A conversa em torno do recorrente uso de obstruções aos defensores contrários por parte do SLB pode soar a mera conversa fiada de mau perdedor. Porém, os responsáveis do FCP, conhecendo a situação, não se limitaram a reagir à derrota na Luz aludindo a esta esperteza saloia do homem da chicla – tê-lo-ão feito antes do jogo.
Como já disse, o SLB venceu o jogo porque quis mais e empenhou-se mais, quando, em contrapartida, os nossos jogaram na expectativa e cometeram mais erros. Em suma, quanto a mim a vitória deles foi justa, ainda que justiça e resultados de jogos de futebol não sejam coisas tão afins quanto isso.
Porém, o caso dos bloqueios/obstruções que JJ afirmou categoricamente não adoptar como prática corrente e nem sequer treinar para o efeito, ganhou outros contornos quando surgiram vários jogadores que foram treinados pelo estratega da Chicla noutros clubes a confirmar a insistência deste naquele tipo de situações e sublinhando que, não sendo o único com quem treinaram aquele tipo de jogada, Jesus era o treinador que lhe atribuía maior importância e que mais insistia nisso. Alguns, como Luís Filipe, nem sequer conheciam a marosca antes de serem treinados pelo dito mentiroso.
Na verdade, o que está em causa não é o joga da Taça da Liga. O que está verdadeiramente em discussão é o facto de uma habilidade táctica, manifestamente ilegal e falseadora da verdade desportiva que os “coisinhos” tanto gostam de apregoar e alegadamente defender, ter vindo a ser posta em prática em vários jogos do SLB sem que tenha sido punida – depois vai-se dizendo que o Benfica tira partido das “bolas paradas” porque estas são objecto de estudo, ou seja, transforma-se um comportamento à margem das leis numa vantagem competitiva decorrente do superior trabalho e afincado estudo do mestre da táctica vermelhusca.
Existe quem ache piada a estas espertezas saloias da personagem que treina o Benfica, quem entenda que isto é coisa de homem profundamente conhecedor do futebol ou até, na versão mais generosa, que ele é fino e os outros são uns nabos. A esses eu digo que terei vergonha de ser portista se este parolo batoteiro e mentiroso alguma vez vier a ser treinador do Porto. No limite, até prefiro um totó como o Vítor Pereira.
Mais uma surbia para a segunda circular faxabore
Perdemos e é justo que isso tenha acontecido – quem só corre atrás do prejuízo não merece melhor sorte. Além do mais, na modalidade de corrida desenfreada, bola para a molhada e transições rápidas o SLB é melhor do que o FCP – o nosso esquema não é este: é posse de bola, carago! Claro, claro, sem Fernando para pôr ordem na cabeça da área e um médio como o Belllushi para a guardar a coisa fica bem mais complicada, mas a verdadeira diferença fez-se nos pormenores: eles quiseram mais e nós asneiramos muito.
Curiosamente, os marcadores dos nossos golos foram, muito provavelmente, os que fizeram menos e asneiraram mais – Lucho perdeu muitas bolas e não recuperou quase nenhuma; Mangala é quem se precipita no lance do primeiro golo e quem permite que uma lesma como o Cardozo se isole no lance do terceiro – pelo meio fez mais alguns passes estúpidos mas, paciência, o homem é novo, tem um potencial físico impressionante e há-de aprender a jogar simples.
Gostei de algumas coisas do Alex Sandro, da generosidade do Kleber, do Defour e do Sapunaru (quem dá o pouco que tem não pode ser censurado por isso) e, sobretudo, da classe e do querer do João Moutinho, que em pleno período de descontos ainda lutava, corria, jogava e fazia jogar como se aquilo tivesse começado há momentos. PdC tinha razão quando dizia que aquele gajo é um jogador “à Porto”.
Não gostei das ausências do Hulk e do Álvaro Pereira, que apesar de algumas boas intervenções passaram ao lado do jogo por largos períodos – o Incrível teve como oponente o mais lento e incrivelmente mais gordo defesa esquerdo que enfrentou esta temporada e só tirou partido disso no primeiro quarto de hora. Também não gostei da tardia entrada em jogo do James e dos breves minutos oferecidos ao pobre do Iturbe – VP está a testar a resistência mental do puto ou então algo se passa com o “mini-Messi”. O resto da malta fez pela vida, sem grande alma nem grande rasgo. Poderia até ter sido pior, não fosse alguma sorte nos lances em que a bola embateu nos postes e na barra da nossa baliza.
Foi-se a Bejeca (como de costume), esperemos que se salve o essencial. Esta época nunca mais acaba…
O plantel mais caro de Portugal tem 4 médios
Com os que VP convocou, o meu onze da Taça da Bejeca seria este:
Guarda-redes: Bracali;
Defesas: Sapunaru, Maicon, Mangala e Alex Sandro;
Médios: Steven Defour, João Moutinho e Lucho González;
Avançados: Hulk, Juan Iturbe e Kléber
Os restantes convocados:
Kadú, Otamendi, Rolando, Álvaro Pereira, Silvestre Varela, Marc Janko e James Rodríguez.
O que é mais incrível é o facto de, com Fernando K.O., as escolhas para o meio-campo deixam de ser “escolhas” – são o que há disponível… O que me incomoda mais é saber que temos um jogador como o Castro emprestado a um clube do funda da tabela em Espanha… E aquele Mikel Agu não poderia ser opção? Os júniores servem para chegar ao “fim da linha” e serem dispensados?
Deixar ao acaso
A vitória de ontem foi quase tão indigesta quanto o empate em casa com a Académica. Quando o melhor jogador do Porto numa dada partida é o guarda-redes, algo está mal, a não ser que o adversário seja algum colosso europeu – não me parece existir nenhum na Madeira.
Faltava Hulk e faltava Fernando; faltou também inspiração a quase todos (Helton esteve, uma vez mais, muito bem, e Moutinho fez o possível por manter o nosso meio-campo à tona). A equipa fez uma segunda parte para merecer a derrota, depois de ter tido várias oportunidades para “matar” o jogo na primeira metade. O segundo golo foi uma injustiça para o Nacional.
Lucho apareceu poucas vezes no jogo e não tem frescura física para recuperar bolas. Defour tem a mesma origem mas não vale metade do belga do Benfica – é esforçado, não compromete, não acrescenta nada. Maicon esteve simultaneamente bem (na raça, no querer e no empenho) e mal (quando quis sair com a bola controlada e quase ofereceu o empate). O resto esteve entre o sofrível e os serviços mínimos – infelizmente, aquela belíssima exibição na Luz parece ter sido um acaso. Uma equipa do Porto que a 20 minutos do fim defende chutando a bola para o ar não é uma equipa – é um conjunto de jogadores em auto-gestão.
Now they know
Não fomos nós, mas alguém acabou por ensinar estes ingleses pedantes a nunca darem um jogo por vencido, a nunca acharem que a eliminatória está no papo só porque os milionários do Dream Team de Manchester não sabiam o nome de nenhum jogador do Sporting. Teria sido mais bonito se os lagartos tivessem aguentado o ritmo da primeira parte e jogassem sempre tão certinho. Porém, a verdade é que o City cresceu com a entrada do gigante bósnio, que também libertou Aguero para cair nas alas e contribuir para encostar os verdes lá atrás.
Uma história (ou duas) que se repete
Inenarrável
A exibição da equipa frente à Académica deixou-me tão f… furioso que nem vontade tive de escrever: não sei se me irritou mais a actuação displicente e sem nervo ou as declarações incompreensíveis do Vítor Pereira. Sim, é verdade que os jogadores entraram na partida como se aquilo se resolvesse facilmente e o campeonato estivesse “no papo”. Mas ouvir o nosso treinador dizer que a equipa esteve ausente na primeira parte, “sem agressividade” ou atitude, é incrível. Em primeiro lugar, aquilo já aconteceu muitas vezes. E, em segundo, se existe um histórico de situações afins e já vamos no terço final da Liga, como é que o treinador fala do assunto como se aquilo fosse uma surpresa, algo que o transcende e que parece não ter relação nenhuma com o seu trabalho, a sua liderança? É por estas e por outras (como mais aquela sessão de susbtituições à moda do FM) que eu não quero que o homem continue na próxima época nem que vença a Liga e dê 5 secos na Luz no jogo da Taça da Bejeca.
O outro lado
Quando Maicon marcou o golo da vitória na Luz e toda a Comunicação Social se concentrou em sublinhar o carácter decisivo do erro do árbitro como se nada mais explicasse a derrota do Benfica, fiquei logo com a impressão de que aquilo nos ia custar muito caro. Tive a noção de que, nos jogos que se seguiriam, o Benfica seria ressarcido em doses cavalares. E assim foi em Paços de Ferreira: o homem que fez o golo da vitória já nem deveria estar em campo no momento em que marcou o livre – deveria ter visto o vermelho ou, no mínimo, o segundo amarelo por ter pisado deliberadamente o jogador adversário. Mas a coisa não ficou por aqui: o mesmo artista conseguiu arrancar uma expulsão que reduziu o Paços a 9 jogadores sem ninguém lhe ter tocado. Para a semana há mais…