O Porto deste ano está a tornar-se um caso sério: quando decidem jogar são melhor equipa do que eram com o Hulk (eu sei: ter o Jackson na frente é bem diferente do que ter um austríaco esforçado ou um brasileiro inconsequente); quando decidem engonhar, a barracada acontece inevitavelmente.
Hoje jogaram das duas formas, sempre “quanto baste” para chegar à vantagem, mas com outro adversário… a atitude seria outra? O problema está essencialmente na dinâmica do meio campo (ou na ausência dela) e o “mal” tem três origens
- o Lucho é um jogador com uma qualidade, inteligência e uma lucidez inquestionáveis, mas a sua condição física parece limitar-lhe a performance, sobretudo quando é necessário pressionar;
- o Fernando, em dias de acerto, seca tudo à sua volta; em dias como o de hoje, ganha lances difíceis e perde bolas fáceis – na posição dele isso é normalmente fatal;
- o Moutinho é o maior culpado das fases boas e das fases más; quando está motivado, surge em todo o lado, finta, troca, defende, confunde os adversários, é um super-jogador; mas o João Moutinho de hoje, tal como o que fez o último jogo pela seleção, parece pouco empenhado, desligado do jogo e justificou-se uma substituição que, noutro contexto, seria impensável – estará já com a cabeça na possível mudança de ares em janeiro?
Outro jogo que me deixou um pouco insatisfeito foi o do Braga: com aquela equipa, se não se encolhessem tanto, dificilmente perderiam o jogo depois de se terem visto a ganhar por 2 a zero. É óbvio que o United carregou na segunda parte e uma equipa joga o que a outra permite (sobretudo quando a dimensão dos clubes é tão desigual como neste caso), mas ficou a sensação que a única forma de bater os reds de Manchester era fazer tremer aquela improvisada defesa. E, claro, cada vez que vejo o Éder a jogar pergunto como foi possível manter o Kléber no plantel e não ter ido buscar aquele gajo à Académica. Agora, depois de valorizado no Braga, o Salvador vai-nos fazer pagar uma fortuna ou vendê-lo-á a um clube estrangeiro. Bastará mais um par de jogadas como a do segundo golo.
Mas a jornada europeia da Champions não foi só frustrações, porque o clube que vocês sabem quem é deu-me mais uma alegria. Depois do miserável empate em Glasgow, comemorado como um resultado épico, e da derrota aparentemente muito satisfatória que conseguiram frente ao Barcelona, perderam face à equipa que, em teoria, seria o seu adversário direto no apuramento. E já estão em último do Grupo… com um jogo a disputar em Barcelona… a 3 pontos dos escoceses. Para passarem à fase de eliminatórias vão precisar de vencer os 2 jogos em casa e de rezar para que os cada vez mais toscos jogadores do Celtic não façam 4 pontos nos outros 2 jogos.