Só eu sei porque não ganhámos em Alvalade

O Paços acabou de fazer em Alvalade aquilo que nós teríamos feito se o Maicon não tivesse sido expulso. Grande exibição dos pacences, banalizando uma equipa do Sporting que já é conhecida precisamente por ser banal. Não sei se o Paulo Sérgio sobreviverá a este resultado, mas o mais certo é o Sporting, como clube “diferente” que apregoa ser, contratar mais uma pessoa para os quadros directivos, em vez dessa coisa vulgar e popular de “chicotadas psicológicas”.
PS – Fui ver agora mesmo a ficha do jogo do Guimarães-Olhanense e vi lá o tal de Jardel que o segundo classificado contratou. Portanto, confirma-se a pouca vergonha de toda esta situação. O que acharia Platini disto?
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Qualidade

Segundo a imprensa, Rúben Michael está (finalmente, digo eu) a caminho do Dragão. Será tarde demais? Será o suficiente para dar “cola” ao futebol daquele meio-campo sem alma? Uma coisa é certa, Bellushi deve ter tido contra o Paços a sua última oportunidade de se afirmar como “playmaker”. E Tomás Costa, um daqueles em que contra todas as vozes eu acreditei, também não me parece que mereça um lugar no 11 inicial.

O jogo de ontem foi o espelho de como é possível perder (mais) 2 pontos num jogo aparentemente fácil. Como? Não apertando com o adversário desde o início, deixando para o fim a pressão sufocante com a qual o jogo deveria ter sido iniciado. Claro está, o Porto não venceu por aselhice própria (a cabeçada do Falcao ao lado, ainda da 1ª parte, é daquelas que não dá para falhar), por sorte alheia (o guarda-redes do Paços fez 2 ou 3 defesas fantásticas) e, para não variar, por influência directa da arbitragem, que inventou um fora-de-jogo ridículo. Mas o FCP já venceu campeonatos em circunstâncias mais adversas: onde está a razão de tanta intranquilidade?

A verdade é que falta qualidade, daquela que decide jogos. Temos montes de jogadores “acima da média”, esforçados e, aqui e ali, com momentos de inspiração (Álvaro Pereira, Fernando, Varela, Rodriguez, Fucile e, num patamar abaixo, Guarin, Tomas Costa, Mariano, Sapunaru e muitos outros). Mas não é este o tipo de jogador que faz a diferença quando as coisas estão “pretas”, quando o adversário parece ter toda a sorte do mundo pelo seu lado, quando o Sr. de preto inclina o campo em nosso desfavor. Estes são “apenas” os que preenchem os espaços. E jogadores dos outros, daqueles que decidem jogos não por mero acaso mas com frequência, o Porto tem poucos e nem todos se têm exibido ao nível que é suposto apresentarem: Bruno Alves, Meireles, Falcao e Hulk. Convenhamos que é pouco para tanta ambição.

Em suma: a velha política de comprar relativamente barato e em quantidade, aguardando que na molhada venha um Lisandro em potência, foi dando para o consumo interno enquanto os nossos adversários não deram o salto em frente, isto é, enquanto não investiram pela certa (independentemente da maneira misteriosa como o dinheiro surgiu, de repente, para tantas aquisições milionárias). O Porto tem quase tantos pontos como tinha no momento equivalente da época passada – o problema é que, com grande probabilidade, vai hoje ficar a 6 pontos da liderança. Sem cair na vertigem popularucha de achar que a nossa equipa vai melhorar se o PC desatar a comprar mais um saco cheio de argentinos desconhecidos, acredito que vale a pena investir no Ruben, recuperar o Pedro Mendes e também o Evaldo (que já fez parte da equipa B). Já agora, porque não dar uma oportunidade imediata ao Ukra?

Acreditar ou não acreditar: eis a questão

No dia seguinte a o sítio oficial do FC Porto ter revelado que o jornalismo de A Bola é bonzinho para o SLB (por falar em Bonzinho, lembram-se disto?), foi a vez de constatarmos que os árbitros insistem em serem mauzinhos para nós, impedindo-nos de, por exemplo, marcar golos.

Ontem, mais uma fez, cortaram as asas ao Falcao num fora-de-jogo muito mal tirado e que daria, por certo, uma história muito diferente àquele jogo. Ainda assim, o colombiano foi capaz de voar para o golo do empate e mostrar, mais uma vez, que golos difíceis é com ele. Bolas fáceis, não dá pica.

Independentemente do erro decisivo da arbitragem, o FC Porto não jogou grande coisa. A segunda parte, então, foi confrangedora, sabendo-se que precisávamos de ganhar. Foi preciso um golo do Paços para nos atirarmos definitivamente para cima deles. Aliás, situação já vista noutros jogos. Parece que precisamos de um golo do adversário para começarmos a jogar. O segredo, digo eu, é deixá-los marcar cedo no jogo, para nos dar tempo de recuperar.

Este empate, se os nossos directos adversários ganharem, tornará muito difícil o penta. Seis pontos para duas equipas é muita coisa ainda para mais sabendo que, a jogar assim, vamos de certeza perder mais pontos. E na segunda volta não devíamos perder nenhum.

A notícia da contratação de Rúben Micael – obrigado, Sr. Presidente – tem o timing perfeito do ponto de vista da SAD, mas não faz esquecer o momento mau que atravessamos. Ainda assim, espero que o médio criativo do Nacional venha fazer aquilo que Lucho não pôde em Janeiro de 2005 quando o FC Porto não conseguiu trazê-lo no mercado de Inverno: lançar-nos na direcção do pentacampeonato. Eu acredito!