Fenerbahçe – 1
Benfica – 0
Alemanha – 8
Espanha – 1
Fenerbahçe – 1
Benfica – 0
Alemanha – 8
Espanha – 1
Walter Casagrande foi um avançado brasileiro que passou pelo FCP na época 1986/87, sem grande história nem grande proveito. Esteve depois em Itália, em clubes de segundo plano, e acabou a sua carreira no Brasil sem nunca se ter tornado o jogador de referência que muitos acreditaram poder vir a a ser.
Entretanto, passou por graves problemas, com consumo de drogas e um acidente que o colocou em coma. Recuperou e voltou a comentar jogos do Brasileirão. 26 anos depois de por cá ter passado é notícia em Portugal porque, segundo palavras do próprio numa entrevista na TV brasileira, jogou dopado quando actuou em Portugal.
A história do desporto nos anos 80 é infelizmente indissociável do consumo generalizado de substancias dopantes. No futebol e, por exemplo, nos desportos olímpicos Porém, naqueles tempos de débil controlo poucos poderão alegar inocência, do mesmo modo que é impossível comprovar o que se passou efetivamente com Casagrande. A esta distância, é a sua palavra contra a do médico do FCP à época, o Dr. Domingos Gomes.
Já li hoje disparates absolutos que iam desde a atribuição da generalidade das vitórias do FCP de então ao doping até à sugestão de que a UEFA deveria retirar o título de campeão europeu conquistado em 1987 (por analogia com o que se passou recentemente com Lance Armstrong). O mais curioso nesta história é o facto do dito Casagrande ter jogado apenas 6 jogos pelo FCP…
P.S. – Este fait-divers é muito útil para quem apelidou de “vitória limpinha” um jogo em que a equipa derrotada lhe viu negados 2 penaltis claríssimos nos 10 minutos iniciais de um jogo decisivo. É bom mudar de assunto quando o tema é a falta de mérito de um certo clube de Lisboa.
Segundo A Bola de hoje, Atsu atrasa a renovação. Com contrato até 2014, o ganês, segundo o pasquim, “quer dar novo rumo à sua carreira”. A ser verdade – e devemos sempre desconfiar quando se trata deste pedaço de papel -, acho piada que, jogadores que mal começaram a dar os primeiros passos no futebol ao mais alto nível e ainda sem estatuto de titulares (já não digo “indiscutíveis”), queiram zarpar. Não sei que horizontes terá Atsu em mente, se temos Real Madrid à espreita, ou Barcelona na jogada, ou um qualquer clube inglês de topo, mas deve ser qualquer coisa substancialmente melhor do que um clube como o FC Porto, reconhecido pelo trabalho fantástico que tem feito com os seus ativos nos últimos dez, quinze anos. E com muitos títulos à mistura. Mas o Atsu é que sabe.
Já muito se escreveu aqui sobre o valor do 11 deste ano e sobre a escassez de verdadeiras alternativas. E basta exemplificar com 3 posições para que se tenha uma noção mais exacta da veracidade desta situação:
– não existe alternativa para o Jackson (depois do infeliz Kleber tivemos um “ausente” Liedson);
– não existe uma alternativa para o Danilo (o Miguel Lopes foi-se e o Fucile só faz número nos treinos);
– não existe uma alternativa para o Fernando (o belga faz uma perninha, o Castro também, mas é notório que nenhum deles “nasceu” para fazer aquela posição).
Vem isto a propósito das notícias de hoje que dão como adquirido que 2 jogadores do Guimarães, Tiago Rodrigues (21 anos) e Ricardo (19 anos), irão integrar a equipa B do FCP em 2013/2014. Alegadamente, pela módica quantia de 1 milhão de euros cada. A facilidade com que se paga na ordem do milhão jogadores que só muito hipoteticamente poderão um dia jogar na equipa principal é algo que me assusta. Neste caso, até são portugueses, muito jovens e com alguns jogos a sério nas pernas, o que pode justificar o investimento. Mas quanto custou (em aquisições, comissões, etc.) e quanto custa (em salários) a equipa B? Tendo em conta os valores veiculados pela imprensa e o facto de uma parte significativa dos jogadores da B não ser oriunda dos sub-19 (Seba, Dellatorre, Guilherme Lopes, Seri, Stefanovic, Quinonez, Caballero, Diogo Mateus, Vitor Luís e Anderson Silva são apenas alguns exemplos), deve ter um orçamento ao nível da maioria das equipas da Primeira Liga.
Tudo estaria bem se, no mínimo, desta dispendiosa equipa B saísse um elemento que se impusesse indiscutivelmente no 11 do Porto ou, pelo menos, na rotação habitual. A verdade é que, exceptuando os que por lá passaram para ter “tempo de jogo” (Maicon, Kevin, Abdoulaye, Fabiano, Mangala e Iturbe), dali não saiu nada em 2012/2013. Seba jogou 6 vezes como suplente utilizado (4 na Liga e uma em cada uma das taças) mas não fez nada de substancial; Quinones fez 2 jogos, sem deslumbrar nem comprometer; creio que o resto da malta teve passagens ainda mais fugazes pela equipa principal (o Tozé terá jogado uma dúzia de minutos) ou nem sequer teve a oportunidade de o fazer. Se a isto somarmos o facto de vários jogadores da B não poderem ser propriamente considerados “esperanças para o futuro” ou “potenciais craques”, como é o caso do Stefanovic (25 anos), do Zé António (36 anos) e do Pedro Moreira (24 anos), o panorama é desolador. Tão desolador quanto o facto do melhor marcador da B, o ponta-de-lança Dellatorre, nem sequer ter tido uma oportunidade na equipa e ter sido contratado um jogador de 35 anos como backup do Jackson Martinez.
Demorei duas semanas a habituar-me a esta coisa, vá lá, muito habitual nos benfiquistas que é a ideia de que este título “já era”. Honra lhes seja feita, estamos, para não fugir à expressão, mal habituados. Dei por mim a acreditar que Olhanense seria capaz de os empatar, mesmo sabendo isso era altamente improváel. Enfim, tenho tanta necessidade de acreditar porque, na realidade, ainda não me “habituei”.
Mas para combater estas ilusões nem é preciso aguardar pelo resultado do SLB – basta ver como os nossos jogam. O Porto-Braga desta noite terminou bem, mas foi a imagem fiel do que tem acontecido esta época. Jogamos sempre da mesma forma, estejamos a perder, empatados ou a ganhar, quer o adversário seja o Sporting semi-B, o Benfas do homem da chicla, o Olhanense dos salários em atraso ou o Gil Vicente. É esta falta de rasgo, de golpe de asa, de alternativas tácticas credíveis e, diria eu, de um milagreiro tipo Hulk, que faz deste Porto a equipa previsível e insegura que está em vias de perder o campeonato.
VP disse no final do jogo de hoje, com indisfarçável orgulho e manifesta falta de tino, que “o Porto foi igual a si mesmo” (é verdade mas não é forçosamente positivo…), que “a equipa circulou a bola” (igualmente real, tendo em conta os 70% de posse) e que “tiveram paciência” (é aqui que visão do VP choca com a realidade – a equipa faz sempre o mesmo porque está rotinada para isso e porque, apesar de existirem soluções para outras tácticas, ele não sabe mais). Hoje fomos salvos de um empate definitivamente comprometedor por 2 golos felizes de um jogador da equipa B, alguém que muito raramente joga na equipa pricipal e que nem na Segunda Liga tem mostrado nada de especial. Sim, tivemos a sorte que nos faltou contra outros adversários, mas se atendermos mais às oportunidades de golo e aos pontapés de canto, em lugar da inconsequente posse de bola, talvez se entenda porque somos presentemente segundos classificados.