Não havia um Rui Pedro no banco

Tínhamos mais ou menos 60 minutos para marcar o máximo de golos possível e resolver o jogo, porque sabíamos que a última meia hora ia ser penosa. Uma jornada exigente como a de Turim haveria de trazer consequências a nível físico. E trouxe.

Pelo meio, a falta de sorte, outra vez. Bolas no poste, bolas tiradas em cima da linha. Um ou outro penalti por assinalar. E a rasteirice (não disse matreirice, porque foi mesmo de muito baixo nível o que se passou) de uma equipa que veio ao Dragão bem instruída no sentido de parar a dinâmica do FC Porto a qualquer custo. José Couceiro pode vir com o discurso polido que quiser, mas nunca conseguirá justificar por que razão, ao quarto de hora de jogo, Bruno Varela e os restantes companheiros procuravam constantemente quebrar o ritmo de jogo e parar com uma avalanche de ataque que se adivinhava desde cedo, mas que só se confirmou plenamente na parte final, nos desesperantes minutos finais em que o coração manda mais do que a cabeça. Uma vergonha num futebol luso que cada vez mais cheira a esgoto.

Não sei se vamos ganhar aos coisinhos. Acredito que temos equipa (não banco), neste momento, para isso. Mas este empate não podia ter acontecido.

Sem desnorte

Digamos que marcar dois golos (para ir a prolongamento) a uma equipa que apenas sofrera dois em todos os jogos da edição atual da Champions era tarefa praticamente impossível. No entanto, atendendo aos condicionalismos – uma eliminatória praticamente decidida no primeiro jogo e outra expulsão neste segundo -, deixámos uma muito boa imagem no estádio da Juventus. Longe vão os tempos da tremideira e desnorte de um passado recente, em que cada um jogava para seu lado e ninguém olhava o adversário nos olhos. Neste momento, temos um onze mais ou menos estabilizado, que se porta como uma equipa e não receia ninguém. E nesta derrota, podemos ir buscar muita coisa positiva para ganhar aos coisinhos.