Hegemonias

O guru oleoso do comentário desportivo, que dá pelo nome de Rui Santos, apresentou uma tabela através da qual nos dá conta de que o FC Porto está a perder poder. A sapiência atribuiu pontos às várias competições e depois foi só pegar na máquina de calcular. A constatação imediata é a de que os coisinhos estão em primeiro lugar deste ranking, o que leva, desde logo, à mais importante das conclusões: o FCP perde poder. Qualquer um de nós pode fazer o seu próprio ranking, atribuindo os pontos que quiser às competições que quiser. Até podemos fazer as contas necessárias para que o clube do nosso coração fique em primeiro lugar.
Mas eu deixaria aqui apenas uma observação para as duas últimas competições da lista, a Taça da Liga e a Supertaça. Rui Santos atribui a uma taça recente, sem carisma, na qual os clubes aproveitam não poucas vezes para rodar jogadores menos utilizados um peso superior a um troféu que se disputa há mais de trinta anos, organizado pela Federação Portuguesa de Futebol, o órgão máximo do pontapé na bola cá do sítio, e que junta o campeão e o vencedor da Taça de Portugal. Um troféu que faz parte da identidade do nosso futebol, mas que tem, para infelicidade de uns tantos milhões, um problema: o FCP ganhou 20 vezes este troféu. Que chatice. Ora, basta fazermos o exercício de invertermos as pontuações destas duas competições – Taça da Liga e Supertaça – para vermos o que acontece à chamada “perda de poder” do FC Porto. Experimentem.
(Um agradecimento ao nosso leitor Sardonicus, que publicou esta imagem no facebook do Pobo)

10 thoughts on “Hegemonias

  1. Acabo de criar uma classificação que atribui pontos de boiolice em função dos seguintes parâmetros:

    – ter gravatas com as cores da bandeira do Suriname, 20 pontos.
    – relógio de 20000 euros no pulso, embora bastante azeitolas, 40 pontos.
    – cabelo carregado com a produção anual de azeite do concelho de Serpa, 40 pontos.
    – oculinhos à “foge que te fodo”, 100 pontos.
    – irreprimível insistência em menorizar clubes fora de um raio de 30 km do Califado de Al Lishbuna, 500 pontos.

    Rui, minha gigantesca poia, estás lá…a comunidade gay de Greenwich Village chama por ti….

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  2. O comentário do futebol é das coisas mais patéticas que habitam a nossa comunicação social. Só um intenso apetite por humor ridículo, por um lado, ou o nivelamento intelectual que permite ao espectador médio, por outro, podem levar alguém a assistir a semelhante certame.

    Espanha teve a graça e inteligêcia do falecido Andrés Montés, criador da expressão “tiki-taka”. Nós em Portugal temos sacos de grunhos arrotando postas de pescada nos canais do cabo, de que Rui Santos é apenas uma versão relambida. Leia-se o percurso do pseudo-jornalista e chega-se ao pseudo-especialista. É uma fabricação dos media, que viram a janela de novidade em ter-se um fulano falando de bola, com prosápia de vendedor de banha da cobra, como se fosse doutor na poda. Despe-se a sua argumentação, ideias, escalpeliza-se enfim o que diz, e a regular, mediana besta da redonda fica exposta na sua boçalidade e irrelevância. Não foi, certamente, por ironia do destino que lhe tiraram o púlpito exclusivo dos Domingos, para o meterem nesse mesmo horário trocando parolices com um punhado de labregos pata-negra da bola nacional, em torno de uma mesa escorrendo azeite…

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  3. O detalhe do relógio, que o Ribeiro tão bem menciona, não é de monta menor.

    Logo que despontou na TV a sua cabeça abundantemente lubrificada – inesperadamente qual cogumelo oleoso irrompendo após as primeiras chuvas outonais – luzia ciclópica cebola no pulso, parida pelo relojoeiro suíço Frank Muller. Perguntei-me se todos os meus amigos jornalistas me haviam enganado, disfarçando a opulência de califas sob um manto de trapos da Primark e refeições de massa com atum de lata… Quem era este caralho – perguntei abismado! Uns poucos telefonemas esclareceram-me sobre a sua relação familiar com os proprietários do jornal A Bola – facto que só uma mente mal intencionada e efabulante poderá achar relevante na carreira de Rui Santos.

    Do relógio milionário, ás portas abertas do Parlamento , tudo conseguiu graças á sua maior, e talvez única, virtude profissional: estar bem relacionado. Num fulano que ganha o seu pão inventando “perguntas da semana” e sistemas próprios de classificação do domínio futebolistico, as relações podem ser a linha que separa a vida do Manuel Fernandes. E Rui Santos ambiciona ser ouvido, respeitado, consultado, visto como uma espécie de versão carapinhosa e mergulhada em vaselina de Pacheco Pereira; ou uma alternativa desportiva e adiposa de Marcelo Rebelo de Sousa. Bem se vê como suspira, rola os olhos e se entrega a ocasionais estertores, quando surge no meio da esgrima de perdigotos semanal, que senta á mesma mesa tasqueiros da estirpe de Toni, Manuel Fernandes, António Oliveira, etc.

    Empurrado por um excesso de confiança típico num parolo genuíno que se apanhe na TV, Rui Santos vaticinou, vaticina e vaticinará. O acerto tem sido tão pífio, que melhor faria em ajuntar-se aos VATicínios que mantém Ricardo Oliveira e Costa em permanente contacto com o Éter Espirituoso e correspondente alegre carraspana…

    São vários os nadires da criatura – o ter afiançado na pré-época que o FCP de Villas Boas nada valia; a irritação incontida após o célebre “momento Kelvin”, dado o anterior e constante enxovalho de Vítor Pereira no seu rasteiro espaço televisivo. Mas no acervo deprimente da opinativa existência de Rui Santos, há um episódio que se destaca pelo burlesco, o despropósito do discurso e o descaramento da ave rara: a famosa diatribe contra Luís Filipe Vieira. Para quem, por escolha sapiente ou mero acaso, furtou o seu pâncreas a essa efeméride, ou entretanto bloqueou saudavelmente essa recordação, falo da ocasião em que o traste dedicou um programa inteirinho ao insulto do presidente da agremiação galinácea, sublinhando a falsidade presidencial com veemência e ilustrando com abundância de exemplos a acusação feita. Duas ou três horas em que a televisão nacional mergulhou em estilo “bomba” e paquidérmica elegância até ás profundidades abissais da bacoquice e indecência jornalística. O estúdio era seu, os meios técnicos de transmissão nacional e além-fronteiras que a SIC detinha postos inteiramente ao serviço da sua contenda pessoal com o provinciano líder benfiquista, perante um pivot paralisado de horror e olhar perdido nas sendas e horizontes inescrutáveis que conduzem ao suicídio, ou ás drogas pesadas. Para mim, este foi o seu “statement”, como dizem os bife-camones, o momento em que se revelou em toda a sua mesquinha extensão, a pretensão deste nanico do já de si apoucado jornalismo nacional.

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  4. hahaha… adorei a batota do seboso e os dois comentários do André Pinto!
    tão hilariante, como a reação do chicla à vitória do porto sobre o bayern…

    Mas, guardabel, já agora porque é que o campeonato de portugal vale menos que o campeonato português ??? -Ah, porque o porto ganhou mais…então,deve ter sido uma merda de campeonato, esse !
    o de portugal, que o português é muita melhor.!..

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  5. Ou disse tudo isto para argumentar que o Porto num ano mau consegue ser melhor que o Benfica num dia de sol. Por exemplo, este ano enquanto o Porto se farta de ouvir a maquina registadora a trabalhar e a ver a cor do dinheiro (Danilo bem vendido e liga dos campeões a faturar), o Benfica faz a conta aos títulos que ainda não ganhou.
    Ruizinho, caladinho eras um monumento; a falar já ganhaste uns almoços grátis com o Orelhas.

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